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domingo, 14 de julho de 2013

Homens e crianças se expõem a metais pesados para ganhar US$ 3 por dia trabalhando no desmanche de navios via @Reinaldo_Cruz #QuestãoBrasil

Um navio industrial costuma durar de 20 a 25 anos — a frota do planeta hoje é da ordem de 90 mil deles. Ao longo de sua vida útil, cada embarcação atravessa o mundo centenas de vezes — um processo que causa ferrugem na fiação elétrica, corrói o casco e acumula resíduos a ponto de a manutenção se tornar inviável.

Quando as grandes empresas de transporte marítimo decidem aposentar esses colossos de até 350 metros de comprimento e 50 mil toneladas de peso, 95% da massa do navio ainda pode ser reaproveitada: restos de combustível, tinta, madeira e, em especial, placas de aço gigantescas, que são tratadas com ácidos para retirar a ferrugem.

Mais de 250 empresas asiáticas operam neste segmento, entre as maiores estão a indiana ShreeKrishna Enterprise e a paquistanesa Al HamzaShipBreaking. Juntas, elas processam anualmente cerca de 640 dos 800 navios descartados no mundo — 88% vindos da Europa e EUA — e geram 3,6 milhões de toneladas de aço, vendidos para grandes empresas da construção civil e indústrias de peças para veículos. “Esses conglomerados recebem das ONGs relatórios com denúncias sobre as condições de trabalho dos fornecedores. Não se pronunciam sobre o assunto nem deixam de comprar por conta disso”, acusa Heidegger. (A reportagem da GALILEU contatou sete empresas asiáticas do ramo de reciclagem de navios e duas construtoras de Bangladesh, e nenhuma delas se pronunciou ou disponibilizou o contato com seus funcionários.)

Leia mais: Revista Galileu - NOTÍCIAS - Naufrágio humano

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